Temas
- PNBL e a universalização do acesso à internet
- Cidades Digitais e Empreendedorismo Local
- Relação do Desenvolvimento econômico via E-Commerce
O Brasil começou atrasado no lançamento das políticas de
banda larga e acesso à internet, mas, isso não quer dizer que devamos nos
encolher diante do desafio enorme que isso criou, não sendo tão realista,
percebemos que já temos as ferramentas legais para maximizar as ações.
Pelo Estado já temos a PNBL, RE-PNBL, Cidades Digitais,
PGMC, Resoluções 614/2013; 617/2013 e 506/2008 e varias outras ações pontuais
de governo em todas as instâncias.
Já estão em debates a PEC 479/2010 e tramita na subcomissão
de banda larga um texto que virará PL em breve para uso do FUST para cidades
digitais e infraestrutura de interesse público.
A única coisa que falta seria um decreto da presidência
instituindo a banda larga ser executada em regime misto ou então termos uma
Anatel que efetivamente regulasse as empresas do setor. Todas as duas ações são de igual dificuldade,
mas, é fato que se o Brasil quiser avançar e recuperar o tempo perdido este
debate tem que acontecer logo após as eleições.
Para ilustrar um pouco mais o cenário vale a pena mostrar
alguns dados.
- 1. A Telebrás desde sua reativação vinha com a prerrogativa de ter 1 bilhões por ano de orçamento; era pra ser o carro chefe do PNBL, inclusive ofertando internet na ultima milha em locais que não houvesse interesse comercial das teles. A empresa até hj não recebeu mais do que R$ 500 milhões, que inclusive estava sendo usando para aumento de capital social, que inclusive teve redução drástica este ano. Suas ações estão longe de atingirem os objetivos cravados no decreto do PNBL, no artigo 4º, se limitando somente a ofertar sinal dedicado a pequenos provedores e fechar parcerias que estados e outros órgãos que até agora não surtiram efeitos práticos. Por fim, ficou descoberto que mesmo os “parceiros”, clientes da Telebrás, que deveriam aderir ao PNBL, com a oferta de 1 mbps a R$ 35,00, na verdade estão vendendo a muito mais, principalmente onde as grandes teles não estão, replicando a mesma prática de mercado do grande setor.
- 2. Segundo pesquisa do CETIC.Br (TIC Provedores2011) vemos :
b. A velocidade média é abaixo de 2.5 mbps (Fonte : Teleco/Akamai 2013);
c. Só temos 17 milhões de pontos de banda larga fixa entre residências e empresas;
d. As desigualdades regionais ainda é um obstáculo a ser resolvido;
e. Nas regiões onde o PIB é maior, o numero de provedores é proporcional, oque revela um numero onde 95% dos provedores estão somente em uma região do país e somente 1% dos provedores estão presentes em todas as regiões;
f. A limitação de velocidades tb se dão pelo uso da tecnologia, que tem 69% ainda no uso de ADSL via par metálico, enquanto com fibras somente 3%, identificando um baixo índice de investimentos em infraestrutura de ultima milha;
- 3. O PNBL foi criado para atender a vários desafios, dentre eles o aumento do PIB. Para tal vale vermos os números abaixo e já reforçar que o PNBL é um conjunto de programas e ações para universalização do acesso, seja via políticas setoriais transversais ou ações de inclusão digital da sociedade excluída ainda deste universo;
Cidades Digitais e
Empreendedorismo Local
Não há mais dúvidas de que a infraestrutura de
telecomunicações se tornou vital para o desenvolvimento social e econômico do
país. Segundo pesquisa do UIT, a cada
10% da população incluída digitalmente, ocorre um impacto positivo no PIB de
1.38% em países em desenvolvimento (ITU-Impact of BroadBand on theEconomy-2012).
Além deste impacto mais direto, a internet é uma ferramenta
poderosa de criação de empregos. A
proporção é de 2.6 empregos gerados a cada 1 perdido, segundo estudos feitos
pelo McKinsey Global Institute (Internet Matters: Essays in digitaltransformation-2012).
Ainda por este estudo da McKinsey, as MPEs que usam banda
larga crescem 200% a mais que outras empresas deste mesmo porte. Além do impacto
nas MPEs, o estudo apontou que 75% do impacto econômico da internet surgem das indústrias
convencionais que não se definem como players deste setor.
A Boston Consulting Group (The Internet Economy in theG-20-2012) mediu o impacto da internet no PIB mundial. Se a internet fosse um país, sua economia
seria de 4.1% do PIB do G-20 (2.3 Trilhões de dólares), ocupando o 4º lugar, na
frente ainda da Alemanha.
No Brasil o percentual da economia
da internet sobre o PIB (2010) é de 2.2%, com 80 bilhões e o setor de
telecomunicações no tocante aos serviços de acesso a internet (Fixa e Móvel)
geraram uma economia de 37 bilhões, um pouco mais que 1% do PIB (fonte :
Teleco-2010 / Informa Telecoms & Media-2012). A previsão para a economia da internet, no
Brasil, para 2016 é de 2.4% do PIB.
Em comparação entre a economia gerada pelo setor de
telecomunicações (2.4% do PIB Mundial – Measuring the information society-2010)
e a economia da internet (4.1% do PIB G-20 - 2012), vemos claramente que a
universalização do acesso à internet tem um impacto muito maior na economia do
que o setor isoladamente. Nos países em desenvolvimento é um impacto de pouco
mais que 100% e em países desenvolvidos pode chegar a mais de 300% em relação
ao PIB do setor de telecom.
Por fim vale ressaltar que coincidentemente tanto o Brasil
quanto no mundo somente 1/3 da população está incluída tem acesso a internet
garantido.
Relação do
Desenvolvimento econômico via E-Commerce
É fato que o Comércio Eletrônico veio pra ficar, ou seja,
substituir as relações de mercado para uma interatividade digital.
Segundo estudo da McKinsey Global Institute, hj temos mais
de 2 bilhões de usuários de internet, o consumo anual via Comércio Eletrônico
chega a 8 trilhões de dólares. Em alguns países quase 2/3 de todos os negócios
passam pela internet. 1/3 dos pequenos negócios usam a internet para suas
operacionalidades.
No Brasil, em 2001 existiam 1 milhão de consumidores via e-commerce,
hoje são 40 milhões de consumidores ativos via estas plataformas e no Brasil
temos mais de 80 milhões de internautas.
Estudos já mostraram que o número de compras on line está
diretamente relacionado com o aumento de velocidade de acesso dos usuários. Apesar de termos mais de 80 milhões, o acesso
residencial, ou seja, banda larga fixa não chega a 1/3 das residências
brasileiras e isso se torna uma oportunidade e ao mesmo tempo um atraso no
aumento das vendas online no Brasil.
Por outro lado, segundo pesquisa do CETIC.Br, TIC Empresas2012, diz que somente 16% das empresas brasileiras usaram e-commerce nos
últimos 12 meses, mas, 59% afirmaram terem comprado pela internet nos últimos
12 meses.
Ainda nesta pesquisa conseguimos identificar que o maior
índice de não se vender pela internet e a falta de adequação dos produtos e
serviços para serem vendidos por meio eletrônico. Outro indicador na pesquisa é a falta de
informação que a empresa carece para colocar seu negócio na internet.
Baixa demanda de compras pela Internet; Carência de pessoas
capacitadas para desenvolver e manter o site; Alto custo de desenvolvimento e
manutenção; Motivos de segurança; Sistemas dos clientes ou fornecedores não são
compatíveis com o da empresa; Incerteza quanto à legislação.
Todos os indicadores acima estão relacionados à capacitação,
assessoria e maior nível de informações para o desenvolvimento de negócios de
forma eletrônica.
Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2012, somente 31% dos
internautas brasileiros compraram pela internet nos últimos 12 meses. Os produtos campeões pela opção do consumidor
digital são os eletro/eletrônicos (46%), mas, entre os top 4, estão as
indústrias de acessórios, roupas e materiais esportivos (41%).
O IBOPE e-commerce tb mostram
números mais animadores e com potencial enorme de desenvolvimento. Segundo suas pesquisas (10/2013) apontaram
que 86% dos consumidores compraram online nos últimos 3 meses, porém, 65%
destes são da classe econômica AB e boa parte deles residentes nas
capitais. As duas formas de pagamento mais
usadas são cartão de credito e boleto sequencialmente.
Os equipamentos usados para compras online continuam sendo
os computadores (98%), mas, nas outras opções o smartphone vem em segundo com
38% e os tablets em terceiro com 18%.
A previsão de faturamento via e-commerce no Brasil pra 2013, segundo a e-bit, é de 28 bilhões, um crescimento de 25% em relação a 2012.
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